Na hora de procurar um emprego formal, é indispensável que o Designer tenha um portfólio. Porém, uma amostra de bons trabalhos não é o suficiente para garantir uma vaga. É nessa etapa que fatores como o conhecimento e auto-confiança podem garantir o seu lugar.

Você certamente já se deparou com a frase “Necessário ter portfólio” ou algo semelhante ao ver um anúncio de vaga para a área de design. Pois bem, nada mais justo do que a empresa incluir esse requisito, uma vez que um designer só pode ter seu trabalho reconhecido e compreendido visualmente. (Há exceções aqui, pois o design está além dos limites visuais, onde encontramos as formas e funções. Mas para um recrutador, o que interessa é o que ele vê.)

De forma bem direta, o que acotece é o seguinte: a tecnologia borbulhou, a competição no mercado nos engoliu e assim ficamos um tanto… amedrontados.

Hoje, você dificilmente irá para uma entrevista de emprego levando sua pastinha com desenhos, montagens e arquivos impressos debaixo do braço. A pastinha, coitada, entrou em extinção. Você precisa enviar um link com seu portfólio online e… claro, deve demonstrar que é um profissional atualizado tendo seu site feito em HTML5 com webfonts, num layout responsivo em todos os dispositivos, com no mínimo uma interação com o visitante e convidando-o para seguir você nos diversos endereços em redes sociais. Ufa…

Páre um segundo. Você está na linha do tempo da história do design.

Relaxe e olhe pra trás… Onde está Bauhaus?

Design ainda é Design

O mundo do design pode ser muitas vezes amedrontador para quem inicia na área, pois a web “invadiu” nosso território e integrou-se à nossa vizinhança. Os webdesigners, com todo o perdão da palavra, são os novos (e já um pouco antigos) “carne de vaca” do mercado, pois existem aos montes e multiplicaram-se rapidamente.

Não há nada de errado em ser Webdesigner, o úncio erro está em querer ser um ótimo designer ao mesmo tempo em que estuda programação. Não estamos duvidando do seu potencial, mas uma coisa é certa, o design é uma área muito vasta e precisa ser bem estudada por aqueles que querem de fato sobreviver (com dignidade) desse ofício.

O design continua o mesmo, apenas sofreu atualizações, porque conceitos que existiam há decadas ainda estão vivos e sendo praticados pelos melhores profissionais da área. Estude o que precisar sobre webdesign se assim desejar, será ótimo, mas antes seja um bom designer.

Conhecimento é mais importante do que sua roupa

No podcast #04 “O Designer Ôco”, sugerimos algumas práticas para que o Designer possa evitar lacunas graves no seu conhecimento e melhore a prática em sua profissão. Infelizmente todos os anos formam-se muitos designers que, apesar de possuírem um diploma universitário, não estão preparados profissionalmente para o mercado.

É relativamente fácil concluir um curso universitário na área do design, ainda mais após as alterações nas grades curriculares aprovadas pelo MEC, o que resultou em cursos com menor extensão. Diga-se de passagem que mesmo em quatro anos de curso o conteúdo abordado na faculdade não é aprofundado, e é responsabilidade do estudante levar adiante as disciplinas. 

Existem designers de todos os tipos, e para ser um bom designer você não precisa ter produtos da poderosa maçã ou vestir roupas com estampas diferentes. Isso jamais foi uma regra, e um bom designer pode ser até aquele “carinha” com penteado discreto, óculos com armação fina, usando uma calça jeans e uma camisa branca. A arma mais poderosa que você tem é o conjunto dos seus conhecimentos e habilidades.

Conhecimento… Tenha carinho pelo que você aprende e dê valor ao seu aprendizado. Com a infinidade de informações disponíveis na internet, o conhecimento tornou-se fácil, mas não se confunda, pois é fácil de acessar e difícil de adquirir. O que se vê com muita frequência são pessoas com conhecimento diversificado e não aprofundado, ou seja, o conhecimento foi expandido apenas horizontalmente. E essa é uma desvantagem dessa era da informação e tecnologia, pois nossa atenção está sempre dividida em mais de uma coisa. Quando foi a última vez que você conseguiu focar em algo sem ser interrompido pelo celular ou ao menos sem pensar em checar o celular?

Em resumo, pensar como um designer envolve raciocinar de forma lógica e inovadora, relacionando a vastidão de conhecimentos adquiridos à sua criatividade para solucionar uma série de problemas. Não basta apenas ser criativo, você precisa de bons alicerces.

Uma coisa é verdade: se você se sente confortável com suas habilidades, esse sentimento será comunicado para aqueles que você conhecer.

Querido Portfólio

Imagine a seguinte situação: você é o diretor de arte de um importante estúdio de design e está em busca de um profissional para ocupar o cargo de Designer Gráfico. Seu RH filtra e encaminha uma série de currículos com links para portfólios e agora é a hora de você separar o trigo do joio.

Quais os critérios disponíveis para avaliar um portfólio? Sinceramente, na frente da tela do cumputador podemos analisar as peças de acordo com a estética, gestalt, utilização das cores, detalhamento, acabamento e claro, o layout do site. Mas ainda falta um critério importante… Tempo!

Não é possível que você analise qual o tempo que aquele(a) candidato(a) com um belíssimo portfólio dedicou para realizar cada trabalho. O candidato pode ter levado o mês inteiro para fazer uma única ilustração e você não vai saber. Por isso muitas empresas realizam dinâmicas e testes práticos, afinal o trabalho precisa ser executado com rapidez. E a menos que a informação do tempo esteja presente na descrição de cada trabalho no portfólio, o candidato ainda precisará demonstrar mais confiança, porque certamente há outros portfólios tão bons quanto o dele.

Currículo: onde somos todos (quase) iguais

Acredite ou não, mas algo que pode diferenciar você de outros candidatos é um simples e bem escrito currículo. Sim, simples, pois na verdade não há necessidade de elaborar um currículo com ícones personalizados, gráficos de habilidades e você em forma de ilustração. Isso só dificulta a leitura das informações, pode acreditar.

Ao trabalhar no design de um produto, deve-se levar em consideração conceitos que garantam que o usuário terá o máximo de conforto e sucesso na utilização do mesmo, correto? Pense no seu currículo como um produto, ele deve impressionar o recrutador, mas também deve facilitar a utilização pelo mesmo.

Identifique as informações mais importantes para a vaga em questão e destaque-as no seu currículo, guiando o entrevistador pelo texto. Isso fará com que o leitor encontre mais facilmente os dados que precisa, economizando tempo e destacando o seu currículo. Uma boa estratégia é utilizar a dica da designer e ilustradora Monica Fuchshuber, que entrevistamos no podcast #06. A Mônica costuma ter vários currículos, um para cada perfil de vaga, o que dá um certo trabalho, mas realmente funciona.

E muito importante: revise o currículo! Ter um currículo sem erros é obrigatório, pois qualquer erro de português pode ser fator desclassificatório. Injusto? Não, pois um erro de português pode significar que você não teve o cuidado de ao menos revisar o currículo. Após feito, entregue seu CV para algum amigo, colega ou familiar para que seja revisado. Não precisa ser um professor de língua portuguesa para encontrar erros simples na escrita e fazer seu currículo ser analisado por pessoas diferentes pode salvar você de uma possível desclassificação.

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